NOTÍCIAS
Agência Brasil – Menos mortes de idosos por covid-19 indicam avanço de vacina
21 DE JUNHO DE 2021
Se no primeiro ano da pandemia de covid-19 no Brasil, que começou em março de 2020, de 70% a 80% dos óbitos estavam concentrados entre pessoas com mais de 60 anos, em março deste ano os números começaram a mudar e as mortes de pessoas mais novas, até 59 anos, já passam da metade.
É o que mostram os dados do Portal da Transparência do Registro Civil, que agrupa as informações sobre o número de mortes por suspeita ou confirmação de covid-19. Os dados dos cartórios sobre a pandemia começam no dia 16 de março de 2020. O levantamento feito pela reportagem da Agência Brasil inclui as informações lançadas até o início da tarde de hoje (18).
O coordenador do sistema InfoGripe da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Gomes, explica que essa tendência de redução da idade dos óbitos é influenciada por dois fatores. O primeiro deles é o avanço da vacinação no país, que iniciou no fim de janeiro pelas pessoas mais velhas.
“Agora a gente já está, felizmente, com uma população acima de 70 anos com uma cobertura de segunda dose bastante expressiva, acima de 80 anos já temos 80% da população com a segunda dose e passados mais de 20 dias da imunização. Pessoas de 60 anos já estão com uma cobertura de primeira dose bastante significativa, mas de segunda dose ainda não. Mas como as pessoas de 70 anos ou mais eram uma parcela importante dos óbitos, já começa, felizmente, a surtir um efeito”, afirmou Gomes em entrevista à Agência Brasil.
O outro fator apontado por ele para a redução da faixa etária dos óbitos é a maior circulação das pessoas em idades mais ativas.
“A outra parte se explica porque, quando a gente teve aquela subida [de casos e óbitos por covid-19] fortíssima a partir de fevereiro, nessas fases de crescimento muito acelerado, é usual a gente observar um aumento proporcional, relativo, da população mais exposta, ou seja, a que circula mais, que é a mais jovem. Teve um efeito desse período de transmissão acelerada, que afeta a população mais ativa.”
O InfoGripe monitora os casos de internação por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e, desde o ano passado, o indicador contabiliza os casos de covid-19. Entre os pacientes testados e com resultado positivo para vírus respiratórios, 96,1% constataram SARS-CoV-2 em 2021. No ano passado, foram 98% dos casos positivos para o novo coronavírus.
Segundo Gomes, o indicador de transmissibilidade de vírus respiratórios, que entrou no boletim do grupo de pesquisa esta semana, aponta que o vírus causador da pandemia está com circulação extremamente elevada na maior parte do país, o que impacta nos óbitos de pessoas mais jovens.
“O vírus em si, por mais que tenhamos novas cepas circulando, não tem nenhum dado sólido que mostre maior letalidade ou maior agravamento para a população mais jovem. A gente tem algumas cepas que estão com indício de serem mais transmissíveis, mas não com uma diferença significativa em termos de público afetado, de gravidade. Então, se a gente está com número agora relativamente maior em pessoas mais jovens, parte disso é justamente porque o número de infecções realmente está em um patamar extremamente elevado, é uma consequência disso.”
Transmissão
O pesquisador considera que os níveis de transmissão estão “inaceitáveis” e afirma que a queda na contaminação e nos óbitos verificada depois de abril não deve servir de parâmetro para diminuir a vigilância contra a covid-19.
“Nós melhoramos em relação a março deste ano. Só que março não é um referencial, porque março foi um pico completamente catastrófico, era uma situação completamente fora de escala. Então, a gente saiu de uma situação completamente absurda, mas a gente ainda não chegou em uma situação que a gente possa considerar sequer razoável.”
Ele alerta que, mesmo com a vacinação avançando, ainda não é o momento de voltar à “vida normal”. Segundo o pesquisador, se as pessoas vacinadas não continuarem tomando cuidado, podem acabar mais expostas à doença do que quem ainda não se imunizou.
“Está muito claro que as vacinas ajudam enormemente, mas elas não são uma armadura perfeita, não é uma barreira completamente intransponível. A eficácia não é 100%, ela não evita que todas as pessoas vacinadas desenvolvam caso grave ou venham a óbito. Não. Algumas dessas pessoas vão precisar se hospitalizar e, eventualmente, vão vir a falecer, mas num percentual menor do que os não vacinados. Agora, não é porque se vacinou que vai passar a se descuidar, já que pode aumentar tanto a exposição que passa a ficar com mais risco do que o não vacinado, que está se cuidando. Daí inverte a eficácia, porque ela leva em conta também o nível de exposição”.
De acordo com Gomes, é necessário que a queda na transmissão do novo coronavírus se sustente por um período mais longo, até atingir níveis pré-pandemia, para que então sejam retiradas as medidas restritivas de circulação e segurança sanitária, como distanciamento social e uso de máscara.
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: Agência Brasil
Outras Notícias
Anoreg RS
Cryptoid – Serviços de cartório pela internet – Foram realizados mais de 250 milhões de serviços de cartório por meio eletrônico desde o início da pandemia de Covid-19
18 de junho de 2021
Mais de 150 serviços foram disponibilizados por meio eletrônico para a população, sendo que os pedidos por atos...
Anoreg RS
Prefeitura de Rosário do Sul – Assistência Social recebe doação de cobertores da Arpen-RS
18 de junho de 2021
Os cobertores são frutos da campanha desenvolvida pela Arpen/RS (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais...
Anoreg RS
Prefeitura de Rio Grande – Cartório de Registro Civil da 1ª zona do Rio Grande faz doação de cem cobertores à SMCAS
18 de junho de 2021
A doação ao Município foi feita através da campanha "Proporcionando Calor no Inverno", promovida pela...
Anoreg RS
Serranossa – Maio registra aumento de 53% nos óbitos por Covid-19 frente à média da pandemia no Rio Grande do Sul
18 de junho de 2021
Com o terceiro pior número de mortes desde o início da pandemia da Covid-19 no RS, o mês de maio mostrou que os...
Anoreg RS
APCER lança 2ª Edição do Treinamento que auxilia cartórios a implementar norma da ABNT
17 de junho de 2021
Curso que explana os pontos da ABNT NBR 15906 ganha nova edição após sucesso da primeira realização.