NOTÍCIAS
Audiência pública em MT debate inclusão digital para garantir acesso à Justiça
25 DE JULHO DE 2022
A inclusão digital ainda não é uma realidade para 25% da população brasileira, o que representa um contingente de 47 milhões de pessoas que, por consequência, encontram dificuldades para utilizar as ferramentas do Judiciário. O papel do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para ampliar o acesso à Justiça a essa população excluída digitalmente foi tema da audiência pública “A transformação digital do Poder Judiciário e os excluídos digitais”, realizada na sexta-feira (22/7).
A presidente, desembargadora Maria Helena Póvoas, a vice-presidente, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro e o corregedor-geral do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira, destacaram que, embora haja muitos avanços do Judiciário na área tecnológica e em ações de inclusão digital, o caminho ainda é longo para atingir a grande maioria da população mais pobre e que mora em regiões de difícil acesso.
Maria Helena Póvoas destacou que, em tempo recorde, o Judiciário matogrossense adotou audiências virtuais, aboliu os processos físicos, pulou quatro versões do Processo Judicial Eletrônico (PJe) e entrou na era da Justiça 4.0. Tudo impulsionado pelos desafios impostos pela pandemia da Covid-19. “Hoje estamos com o Juízo 100% Digital implantado em todas as unidades judiciárias do estado. E, com o Juízo 100% digital, todos os atos processuais, inclusive a comunicação com o cidadão, que é parte no processo, é feita pela internet. Um feito digno do reconhecimento que temos recebido do CNJ e um salto gigantesco rumo a um futuro sem volta.”
De acordo com a presidente do TJMT, as mudanças tecnológicas também evidenciaram abismos sociais. E essa lacuna é um dos maiores preocupações a serem superadas. “Milhares de famílias matogrossenses ainda vivem à margem da transformação digital. E, dentre os que possuem internet em casa ou no celular, há aqueles que não possuem o conhecimento técnico necessário para utilizar serviços públicos ofertados exclusivamente por essa via.”
Entre as formas de garantir o acesso à Justiça, foram instaladas e reforçadas as salas passivas nos fóruns. Esses espaços têm computadores e profissionais que auxiliam as pessoas que precisam participar de uma audiência virtual, mas não conseguem por não terem internet ou não saberem lidar com a tecnologia.
O corregedor-geral do TJMT, José Zuquim Nogueira, pontuou que a iniciativa das salas passivas é importante e que precisa ser expandida. “Temos que levar a Justiça ao maior número e pessoas e, ao final desse evento, sairemos com mais ideias.” Ele elencou alternativas que vêm sendo discutidas e estudadas para ampliar as ferramentas oferecidas aos cidadãos e cidadãs em cada comarca.
“É fundamental pensar naqueles que têm dificuldade no acesso à Justiça – e essas pessoas não são poucas. Estamos falando de ¼ da população brasileira, 47 milhões de pessoas – quase a população da Argentina e mais que os habitantes do estado de São Paulo. Alguns sequer enxergam as ferramentas disponíveis. Se, por um lado, a pandemia exigiu ferramentas para prosseguirmos e não pararmos, por outro, nos fez pensar e repensar nos meios de acesso e participação mais efetiva do nosso cliente maior: o cidadão que recebe o serviço.”
A vice-presidente Maria Aparecida Ribeiro ponderou que é preciso avançar no sentido de incluir a população na era digital. “Sabemos o quanto era difícil até mesmo a nossa comunicação das comarcas com o Tribunal de Justiça há alguns anos. Nós que ingressamos na magistratura e fomos designados em comarcas do interior, nos comunicávamos através de um telefone emprestado por uma agência bancária, era muito difícil até mesmo a comunicação de um magistrado com o TJ. Ficávamos, muitas vezes, isolados e as dificuldades eram muitas. Hoje podemos verificar que houve uma transformação sensível no desenvolvimento de nossas atividades institucionais que garantem o direito dos cidadãos.”
A audiência foi dividida em três eixos: transformação digital e o futuro da Justiça; excluídos digitais: diagnóstico e o futuro do acesso à Justiça: boas práticas. O objetivo do evento foi debater os avanços recentes do processo de transformação digital do Poder Judiciário, além de contextualizar as tendências que indicam caminhos a serem seguidos e desafios a serem superados.
Fonte: TJMT
The post Audiência pública em MT debate inclusão digital para garantir acesso à Justiça appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
Artigo – Pai rico, filho nobre, neto pobre e os limites do planejamento sucessório
24 de agosto de 2022
“Há duas maneiras de se fazer uma fogueira: uma com madeira seca e outra com sementes. Os herdeiros preferem...
Portal CNJ
Corregedoria dá ao TJPE oito meses para tirar 70% dos presos do Complexo do Curado
24 de agosto de 2022
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) tem oito meses para reduzir, em 70%, a população do Complexo Prisional...
Portal CNJ
Curso de Mediação em Subtração Internacional de Crianças abre inscrições
24 de agosto de 2022
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) realiza, de 12 de setembro a 14 de outubro, o Curso de Mediação...
Portal CNJ
Especialistas discutem segurança cibernética da Justiça no Link CNJ
24 de agosto de 2022
A próxima edição do Link CNJ, que vai ao ar nesta quinta-feira (25/8), às 21h, trata da segurança da...
Portal CNJ
Ouvidorias em Santa Catarina fortalecem combate à violência contra a mulher
24 de agosto de 2022
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) deram...