NOTÍCIAS
Justiça Eleitoral do Pará debate perspectiva de gênero e discriminação
16 DE MAIO DE 2022
Assédio, questões de gênero e atos discriminatórios no Judiciário foram temas debatidos, na sexta-feira (13/5), em evento promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA). No centro dos debates, o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, lançado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no ano de 2021, e os impactos da violência no ambiente de trabalho.
Para a presidente do TRE-PA, desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, “os espaços precisam ser construídos para que hajam determinados debates na busca por uma sociedade mais igualitária. Os jovens, que aqui estão, precisam conscientizar-se e assumir o papel do processo político que nos trará políticas públicas efetivas e que confiram à sociedade as suas necessidades.” O evento contou com a participação alunas e alunos do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Pará.
Já a juíza Rosa Navegantes de Oliveira, presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual e supervisora da Comissão de Incentivo à Participação Feminina no Tribunal, destacou a relevância dos temas. “O Protocolo é de absoluta necessidade para que todas as pessoas ligadas ao Judiciário conheçam esse guia sobre a perspectiva de gênero, o que deve ser um incentivo à participação feminina no Poder Judiciário e contribui para a igualdade dos gêneros, diminuindo o preconceito.”
O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Pará, César Mattar Júnior, reforçou que a equidade de gênero vai além do que se costuma pensar. “A audiência aqui é maciçamente feminina e o fato de ser o único homem nesta mesa me faz sentir incluído neste processo. Quando se fala em igualdade dos gêneros, não se trata apenas de oportunidades iguais para homens e mulheres, mas que, dentro de um mesmo ambiente, sejam reconhecidos os mesmos tratamentos para quem tem qualificação e competência para ocupar cargos na iniciativa pública ou privada.”
Perspectiva de Gênero
O Protocolo de Julgamento com Perspectiva de Gênero foi criado para capacitar e orientar a magistratura na realização de julgamentos, por meio do estabelecimento de diretrizes que traduzam um novo posicionamento da Justiça, com maior equidade entre homens e mulheres. “O Protocolo, assim como lentes, traz uma visão mais clara e atenta sobre as questões de gênero à magistrada e ao magistrado nos julgamentos e ajuda a romper os estereótipos”, explicou a procuradora de Justiça de Goiás e ex-conselheira do CNJ, Ivana Farina.
Traçando um entendimento sobre a diferença de equidade de gêneros e a igualdade de oportunidades, a palestrante declarou que a igualdade é quando todas e todos têm acesso e podem participar. Já a equidade acontece quando mudamos as oportunidades e garantimos que, além de estar ali, se possa participar sem divisões ou dificuldades. “O Protocolo tem a função de transformar, pela Justiça, uma sociedade tão desigual para dias de pacificação social.”
A pedagoga, analista judiciária e integrante da Comissão da Participação Feminina do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), Riane Freitas, falou sobre os tipos de assédio, a discriminação de gênero e destacou pontos a refletir sobre os termos diferença de gênero e igualdade de gênero. “Historicamente, o sexo biológico sempre foi capaz de selar a sorte e o destino laboral de uma pessoa por toda a sua existência. Ao homem, o espaço público: à mulher, o recinto privado, os afazeres domésticos e a procriação.”
A palestrante também esclareceu sobre o chamado “teto de vidro”, uma barreira sutil e transparente, mas tão forte que evita que as mulheres avancem na hierarquia corporativa. Mas destacou o fato de que, atualmente, os tribunais paraenses (Tribunal Eleitoral, de Justiça e do Trabalho, além dos Tribunais de Contas estadual e do município) são comandados por mulheres. “Hoje, o Pará vive um momento histórico, pois temos cinco mulheres que presidem os nossos tribunais, além das 17 mulheres desembargadoras, enquanto outros estados têm apenas uma. Por isso, é muito importante falarmos de participação feminina na Política.”
Ela ainda destacou o papel da Política Nacional de Prevenção e Enfrentamento do Assédio moral, do Assédio Sexual e da Discriminação no Judiciário. “Nosso país está evoluindo no enfrentamento à discriminação e à violência contra a mulher, mas apesar das mulheres desfrutarem de maior proteção legal e ter conquistado maior autonomia, ainda persistem as desigualdades de gênero no âmbito profissional.”
Todas as pessoas que participaram de maneira presencial receberam o informativo lançado pela Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual e da Comissão de Incentivo à Participação Feminina no TRE-PA. O material reúne texto e ilustrações para explicar as diferenças entre os assédios e a discriminação. E, por meio de um QR Code, direciona a pessoa que deseja mais informações sobre o assunto para a Cartilha de Prevenção ao Assédio Moral, Sexual e à Discriminação.
Fonte: TRE-PA
The post Justiça Eleitoral do Pará debate perspectiva de gênero e discriminação appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Resolução reconhece há nove anos casamento entre pessoas homoafetivas
14 de maio de 2022
Antes de 2013, a possibilidade de um casamento homoafetivo era remota. Desde então, mais de 60 mil foram celebrados...
Portal CNJ
Visita de historiador encerra programação da Semana da Memória do TJBA
14 de maio de 2022
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) convidou o historiador Rafael Dantas para conhecer a Biblioteca do Fórum Ruy...
Portal CNJ
Justiça Eleitoral gaúcha recebe doação de material histórico do ministro Brossard
14 de maio de 2022
Durante sessão plenária na terça-feira (10/5), o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS)...
Portal CNJ
CNJ conclui inspeções no tribunal de Justiça e no sistema prisional do Amazonas
14 de maio de 2022
Em resposta à agenda realizada no Amazonas entre 2 a 6 de maio, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está...
Portal CNJ
Papel da máquina de escrever no Judiciário é ressaltado pelo TRT8
13 de maio de 2022
Por longos anos, a máquina de escrever contribuiu na efetiva entrega da prestação jurisdicional à sociedade...