NOTÍCIAS
Mulheres juristas já podem se inscrever em repositório do CNJ
17 DE JUNHO DE 2022
Para dar mais visibilidade à atuação de mulheres com expertise na área do direito, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está recebendo inscrições de pesquisadoras, docentes e especialistas para compor o Repositório Nacional de Mulheres Juristas. A medida faz parte da Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário.
As interessadas em se cadastrar devem preencher o formulário eletrônico, com a opção de indicar o link para o currículo lattes ou anexar um relatório em formato próprio. No questionário, deverá ser preenchido ainda os dados do mini-currículo e a experiência com pesquisa que será apresentada como descrição da especialista em painel público, ainda em desenvolvimento pelo CNJ. A divulgação das informações seguirá as exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O Repositório Nacional foi criado com o objetivo de manter um repositório das juristas com expertise em diferentes áreas do direito, de forma a promover a igualdade de gênero no ambiente institucional e incentivar a participação feminina nos cargos de chefia e assessoramento em bancas de concurso e como expositoras em eventos institucionais.
Para a consulta às informações das juristas cadastradas, o CNJ vai disponibilizar um painel eletrônico. A pesquisa poderá ser feita por área do Direito e estado, por exemplo. De acordo com os normativos, os tribunais também deverão criar repositórios locais, além de promover campanhas que fomentem o reconhecimento das mulheres no âmbito do Poder Judiciário.
A criação do cadastro on-line de mulheres juristas foi uma sugestão do Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário, encaminhada para o grupo de trabalho do CNJ que buscava promover o diálogo com tribunais sobre a política de incentivo à participação feminina na Justiça. Segundo dados de 2021 da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) sobre referências bibliográficas, não há mulheres entre os 15 autores mais citados em textos de juízes e juízas no Brasil.
Regulamentado pela Portaria CNJ n. 176/2022, considera-se notória expertise em área do Direito: demonstração de três anos de produtividade em pesquisa jurídica; autoria de publicações de teor jurídico nos últimos três anos; atuação como docente em instituições de ensino superior, nas escolas da magistratura ou em outras entidades congêneres; ou experiência profissional por igual período em determinada área do Direito. O Conselho poderá, ainda, realizar ações de divulgação do Repositório Nacional, além de busca ativa de mulheres juristas interessadas em comporem a base de dados.
Inscrições abertas
Primeira jurista a se inscrever no repositório do CNJ, a professora Mônica Sapucaia Machado destacou que “a arma do sexismo é a invisibilidade das mulheres”. “Atualmente, o Direito é pesquisado, discutido e produzido, em sua grande maioria, por mulheres. Por isso, é muito importante o discurso institucional que traz foco para o papel da mulher no meio jurídico.”
Especialista em direitos das mulheres, autora do livro “Direito das mulheres, educação superior, trabalho e autonomia” e líder do grupo de pesquisa “Mulheres, Renda e Democracia”, Mônica Sapucaia afirmou que a ideia é garantir prerrogativas de oportunidades igualitárias. “Convoco todas as mulheres para colocarem seus trabalhos à disposição para poder exigir que as mulheres sejam consideradas e escutadas dentro das discussões de todos os ramos do Direito.”
Segundo a especialista, até 2018, 56% dos advogados até 40 anos eram mulheres. “E quanto mais jovens, maior essa proporção”, afirmou. Até 25 anos, essa taxa estava em 64% e, em 2018, 70% dos formandos em direito eram mulheres. “O direito não está se feminilizando. Ela já se feminilizou. A diferença é que o espaço de poder no meio jurídico ainda é controlado pelos homens. Esse é o mérito dessa junção de pesquisadoras que o CNJ e os tribunais estão propondo: as mulheres que não estão discutindo apenas questões de gênero, mas todos os ramos do Direito. É muito importante popularizar isso, ampliando o debate.”
Texto: Lenir Camimura
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
The post Mulheres juristas já podem se inscrever em repositório do CNJ appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Mulheres juristas já podem se inscrever em repositório do CNJ
17 de junho de 2022
Para dar mais visibilidade à atuação de mulheres com expertise na área do direito, o Conselho Nacional de...
Portal CNJ
Ministro Luiz Fux lamenta o assassinato de indigenista e jornalista no Amazonas
16 de junho de 2022
Os Observatórios de Direitos Humanos e do Meio Ambiente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) manifestam profundo...
Portal CNJ
Tribunal eleitoral de Mato Grosso discute diretrizes sobre cooperação judiciária
15 de junho de 2022
As diretrizes e os procedimentos sobre a cooperação judiciária entre os órgãos do Judiciário e outras...
Anoreg RS
Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa: cartórios gaúchos promovem a proteção patrimonial e financeira de idosos
15 de junho de 2022
Desde 2020, a Anoreg/RS integra a campanha nacional ‘Cartório Protege Idosos’, promovida pela Associação dos...
Portal CNJ
Formação no NE, CO e AM promove atualização em monitoração eletrônica
15 de junho de 2022
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está promovendo, nesta semana, a 1º Atualização Regional em Monitoração...