NOTÍCIAS
Projeto multilíngue leva cidadania e democracia à aldeia indígena em MT
02 DE JULHO DE 2022
A primeira aldeia indígena em Mato Grosso a implementar o turismo de convivência social também é a primeira a receber o projeto Democracia Multilíngue, desenvolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT). O lançamento ocorreu na quarta-feira (29/6), na Aldeia Wazare, em Campo Novo do Parecis (MT), e incluiu a entrega de uma cartilha editada nos idiomas português e paresí (pareci).
A iniciativa, que contemplou indígenas da etnia Haliti-Paresí, tanto da Aldeia Wazare quanto de aldeias do entorno, foi idealizada pela Corregedoria Regional Eleitoral e contou com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Polícia Federal. A intenção é ampliar o projeto para idiomas de outras etnias indígenas matogrossenses.
“Nossa intenção foi ampliar ainda mais a demonstração da importância do voto para alcançarmos a democracia plena. Esta cartilha é fruto de um trabalho conjunto, que contou, inclusive, com a tradução do idioma por eles. Nós fomos muito bem acolhidos pela comunidade indígena e a Justiça Eleitoral também está de portas abertas a todos os cidadãos”, afirmou a vice-presidente e corregedora do TRE-MT, desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho.
O cacique Rony Pareci, líder da Aldeia Wazare, contou que o local já recebeu pessoas de 17 nacionalidades diferentes. Ele enalteceu a importância do projeto. “Este é um marco histórico da democracia, de valorização da diversidade, do respeito. Então, o TRE-MT, a Funai, as cooperativas indígenas, se empenharam para a realização desse momento, que faz com que o nosso povo passe a ter a consciência da importância de cada um escolher seus representantes e saber fazer a separação entre a política e a politicagem.”
O juiz auxiliar da Corregedoria do TRE-MT, Antônio Veloso Peleja Júnior, ministrou palestra sobre o tema “Democracia multilíngue e direitos políticos das minorias”. Segundo ele, a participação política dos povos indígenas é muito importante, não só exercendo o direito do voto, como também tendo representantes em candidaturas. “Os Haliti-Paresí são bastante organizados, eles têm um plano de gestão muito bom dentro da comunidade deles, então tentamos passar informações sobre Direito Eleitoral, mas também aprendemos muito com eles.”
Outro tema abordado no evento foi “Segurança do processo eleitoral”. O coordenador de Infraestrutura Computacional do TRE-MT, Carlos Cândido, frisou os mecanismos dos sistemas de voto e apuração, que respaldam a segurança de todo a eleição. “Falamos sobre um tema extremamente importante para todos, indistintamente se são povos indígenas ou não, porque o processo eleitoral envolve toda a sociedade. A segurança precisa ser reafirmada, com o intuito de deixar isso mais claro, mais transparente, mais simples, para que o eleitor tenha certeza de que o voto dele está sendo respeitado.”
A juíza substituta do TRE-MT, desembargadora Serly Marcondes Alves, definiu o momento como histórico. “A integração entre os povos que compõem o nosso país é fundamental, é um dos valores da democracia, baseado no princípio da igualdade, que está na nossa Constituição, então esse evento é algo que marca a história da Justiça Eleitoral de Mato Grosso.”
Direitos eleitorais
Primeira cacique mulher em Mato Grosso e da etnia Paresí, chefe da Aldeia Bacaval, Miriam Kazaizokairo, considerou a visita do TRE-MT e a entrega da cartilha importante, por levar à comunidade mais conhecimento sobre os direitos eleitorais. “Chegando esta cartilha no idioma paresí, muitas pessoas conseguem entender o que é uma eleição, o que é a Justiça Eleitoral, e a importância de votar.”
Fonte: TRE-MT
The post Projeto multilíngue leva cidadania e democracia à aldeia indígena em MT appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
Informativo de Jurisprudência do STJ destaca extinção de união estável
27 de julho de 2022
O Código Civil, em seu artigo 1.320, estabelece que será lícito ao condômino, a qualquer tempo, exigir a...
Anoreg RS
Mulher batizada como “Morto” em Guiné-Bissau consegue mudar nome no Brasil
27 de julho de 2022
“Não sou a única do meu país que se chama Morto. Lá, quando as pessoas ouvem esse nome, já sabem o significado.
Anoreg RS
Artigo – Controvérsias da cobrança de ITCMD sobre bens no exterior
27 de julho de 2022
A criação dessa Lei Complementar está prevista na Constituição, em seu artigo 155, inciso III, porém nunca foi...
Anoreg RS
Empresário precisa de autorização do cônjuge para ser fiador da empresa, decide Quarta Turma do STJ
27 de julho de 2022
A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, decidiu que é necessária a autorização...
Anoreg RS
Artigo – Considerações sobre a impenhorabilidade do bem de família
27 de julho de 2022
No que diz respeito à impenhorabilidade de bem de família, o instituto consiste, por lei, em um direito...