NOTÍCIAS
Sirenejud: novas funcionalidades ampliam transparência de dados ambientais
10 DE AGOSTO DE 2022
O painel interativo Sirenejud, que compila informações ambientais de diversas fontes, tem agora mais duas funcionalidades: Relatórios Geográficos e Relatórios de Sobreposição de Áreas. Lançados nessa terça-feira (9/8), durante reunião do Observatório do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), eles ampliam a transparência das questões ambientais em todo o país.
Os Relatórios Geográficos são originários de cruzamentos entre os alertas de desmatamento e os polígonos de terras indígenas e unidades de conservação. Segundo o presidente do CNJ, ministro Luiz Fux, a ferramenta permite identificar e ranquear as áreas mais atingidas por desmatamentos, sendo possível a consulta por cada estado.
Já os Relatórios de Sobreposição de Área disponibilizam e identificam eventuais inconsistências nos polígonos autodeclarados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), permitindo verificar sobreposições de polígonos em unidades de conservação, terras indígenas e terras quilombolas. “Destaco a relevância dessas ferramentas, que podem ser acessadas por especialistas e pela sociedade civil, no monitoramento das questões ambientais e da transparência dos dados”, afirmou Fux.
A juíza auxiliar da Presidência do CNJ Lívia Peres enfatizou a relevância das novas funcionalidades. “É importante que os integrantes do Observatório e a sociedade manuseiem essas ferramentas e possam dar um retorno sobre sua eficiência e eficácia.” O Sirenejud foi desenvolvido pelo Laboratório de Inovação e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (LIODS), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), e permite identificar áreas ameaçadas por danos ambientais, além do acompanhamento do processos ambientais no país, cíveis e criminais.
Consulta pública
O ministro Luiz Fux anunciou também que está sendo preparada consulta pública para subsidiar os debates sobre os parâmetros de quantificação de dados ambientais. A ideia é colher sugestões sobre critérios e métodos para quantificar os danos ambientais a partir de uma metodologia empírica, baseada em evidências técnicas e objetivas.
Segundo o presidente do CNJ, a consulta pretende “estimular um diálogo que leve em consideração os custos e os benefícios alocados ao meio ambiente, conferindo-lhe significados que remetam à perspectiva da Análise Econômica do Direito, no sentido de internalizar as externalidades ambientais, de modo que o poluidor passe a arcar com os custos da poluição”.
O edital de convocação – que está em análise dos participantes do Observatório – fomenta a discussão de parâmetros internacionais relacionados aos impactos ambientais, como é o caso da emissão de carbono decorrente das atividades de desmatamento. “Por se tratar de um patrimônio nacional inestimável, o meio ambiente brasileiro deverá ser corretamente valorado a partir da perspectiva socioambiental e ecológica”, defendeu Fux.
Povos indígenas
O ministro lembrou ainda o Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto. Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data remete à conscientização sobre a necessidade de respeito aos direitos, às culturas e às identidades desses povos e pessoas. “No Brasil, há cerca de 305 etnias indígenas, em 690 territórios, as quais se comunicam em mais de 270 línguas diferentes. Estima-se que mais de 100 povos isolados vivam na Amazônia e essa diversidade étnica que sustenta a riqueza cultural do país também exige, do ponto de vista da aplicação do direito, o reconhecimento de especificidades de costumes e tradições.”
O CNJ tem adotado medidas relacionadas à promoção e defesa do direito dos povos indígenas, como a criação da Rede de Altos Estudos em Direitos Indígenas, que reúne, em uma única plataforma on-line, os cursos realizados pelas instituições, materiais didáticos, webinários e documentos técnicos diversos relacionados à temática dos direitos indígenas.
Fux explicou que a Rede fomenta iniciativas voltadas à qualificação do tratamento judicial conferido aos povos e às pessoas indígenas no país, promovendo a formação continuada de magistrados, magistradas, servidores e servidoras do Judiciário e de outros profissionais do direito. “As ações visam a capacitar os profissionais para que possam lidar com os desafios da interculturalidade, a fim de que sejam assegurados os direitos fundamentais dos povos indígenas, em cumprimento à Constituição Federal e aos tratados internacionais ratificados pelo Brasil.”
Para o advogado indígena Luis Eloy Terena, membro da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e do Observatório, a Constituição Federal trouxe uma nova forma de ver o indígena a partir do respeito pela diferença e do direito originário das terras, trazendo um novo conceito de posse. “Muito se avançou, mas temos percebido um processo de erosão constitucional. Por isso, é importante destacar o papel fundamental do Poder Judiciário na guarda desses direitos.”
Terena enfatizou ainda que para efetivar a proteção dos povos indígenas é necessária a conclusão da demarcação das terras indígenas e a proteção das terras já demarcadas. “Somente assim poderemos realmente comemorar o Dia Internacional dos Povos Indígenas.”
Texto: Lenir Camimura
Edição: Márcio Leal
Agência CNJ de Notícias
Reveja a reunião do Observatório do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas
Veja mais fotos no Flickr do CNJ
(use as setas à esquerda e à direita para navegar e clique na imagem para a acessar em diversas resoluções)
The post Sirenejud: novas funcionalidades ampliam transparência de dados ambientais appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Mesários da Bahia têm até esta quinta para justificar ausência no 1º turno
03 de novembro de 2022
A mesária ou o mesário que não compareceu no primeiro turno das Eleições 2022, ocorrido no dia 2 de outubro,...
Portal CNJ
Homens em situação de violência se reúnem em grupo de psicoterapia
03 de novembro de 2022
J. não dá muitos detalhes, diz que bebeu, reconhece que agiu mal com a agora ex-mulher. “Foi uma briga, estava...
Portal CNJ
Tribunal acreano realiza seminário sobre Justiça Restaurativa
03 de novembro de 2022
Implantada como política pública nacional no âmbito do Poder Judiciário, a Justiça Restaurativa é um conjunto...
Portal CNJ
Qualificar atividades de digitalização é fundamental para gestão da Memória do Judiciário
03 de novembro de 2022
Pesquisadores, servidores que atuam na área de gestão documental e magistrados interessados nesse tema debateram,...
Anoreg RS
Anoreg/RS e Fórum de Presidentes disponibilizam cartazes da Campanha Novembro Azul
01 de novembro de 2022
A Anoreg/RS e o Fórum de Presidentes disponibilizam os cartazes da iniciativa nos tamanhos A2 e A3.