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Ministra do TSE afirma necessidade de romper invisibilidade das mulheres
03 DE MARçO DE 2023
“Quando a gente anda pelo Brasil, a sensação que se tem é que foi um país construído apenas por mãos masculinas, porque, se você olha nome de viadutos, praças, prédios, escolas, hospitais, quase nunca é nome de uma mulher”. A observação foi feita pela ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Maria Claudia Bucchianeri, na palestra A Conquista do Voto Feminino e a Busca pela Cidadania Plena, realizada no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), em Brasília, na última segunda-feira (27/2).
No evento, promovido pela Comissão da Mulher Advogada (CMA) da OAB do Distrito Federal (OAB/DF), a ministra destacou que, quando se fala de direito de mulheres, é preciso também parar e pensar sobre os grupos de mulheres, uma vez que elas não são um todo uniforme.
“Para que eu, mulher branca, pudesse alçar o meu voo, pudesse fazer dois cursos superiores, fazer mestrado, ter uma advocacia militante na Justiça Eleitoral, participar de sessões de noite, trabalhar com políticos, ficar todo dia trabalhando até meia-noite, alguém teve que ir para dentro da minha casa, para cuidar da minha filha, para me apoiar com o trabalho doméstico”, lembrou.
Segundo a ministra, essa mulher, em regra, é uma mulher negra que é colocada dentro do espaço doméstico de uma mulher branca, para que ela possa sair e alcançar o mundo. “E aí a gente percebe as múltiplas interseccionalidades do universo feminino. Nós não somos uma mulher só, nós temos camadas que nos unem e especificidades que são próprias de cada mulher: da mulher negra, da mulher indígena, da mulher com deficiência. Por que não damos espaço e visibilidade às mulheres negras, por exemplo?”, questionou.
Segunda mulher a ocupar uma cadeira de juristas em 91 anos de história da Justiça Eleitoral, a ministra Maria Claudia lembra que é preciso romper o manto de invisibilidade que muitas vezes faz as pessoas falarem que no Congresso Nacional só há homens brancos, porque não tem mulher para falar. “Sempre tem mulher para falar, sempre tem mulher negra para falar. Onde estão esses talentos? Por que não damos o devido espaço? Esse é o grande desafio”,, disse.
De acordo com a ministra, nove décadas de voto feminino são muito pouco se for levado em conta “que há 90 anos não existia a palavra ‘cidadã’, não existia a palavra ‘eleitora’, porque mulher não votava, e sequer existia a palavra ‘candidata’”. “Desta forma se entendeu que mulheres não tinham direitos, porque na nossa Constituição a expressão usada era ‘cidadãos’, e isso era interpretado como apenas homem, e não mulher”, ressaltou.
A palestra também contou com a presença de Vera Lúcia Santana, integrante da Executiva Nacional da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, e foi mediada pela presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Cristiane Damasceno, e pela Presidente da CMA da OAB/DF, Nildete Santana.
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